sexta-feira, 26 de junho de 2009

A dimensão da pobreza ,da desnutrição e da fome no Brasil

Discussões em torno do ``projeto fome zero´´ ,como programa do governo empossado em 2003,suscita o levantamento de questões,as quais remete o presente trabalho a avaliar a dimensão da pobreza,desnutrição e a fome e as medidas eficazes para tentar combate-los.Nesse contexto é preciso distinguir cada um dos problemas,assim como freqüência e distribuição dos mesmos ,historicamente no Brasil.De modo mais simples ,pode-se dizer que , pobreza corresponde á condição de não satisfação de necessidades humanas elementares como comida ,abrigo ,vestuário ,educação ,assistência a saúde, entre outras.As deficiências nutricionais são doenças que decorrem do aporte alimentar insuficiente em energia e nutrientes ou inadequado aproveitamento biológico dos alimentos ingeridos.Quanto a fome é preciso distinguir os tipos de fome,como a fome aguda-urgência de alimentar,a fome crônica -permanente,que ocorre quando a alimentação diária habitual,não proporciona energia suficiente para manutenção do seu organismo e para o seu desempenho de suas atividades cotidianas que resulta em uma modalidade de desnutrição:a deficiência energético crônica.A pobreza pode levar a fome porém ,a segunda pode acontecer independente da primeira,assim como a fome é diferente da desnutrição ,pois muitas vezes pode haver maior quantidade de alimento porém esses não suprem as necessidades nutricionais.As causas mais freqüentes de desnutrição ,sobretudo na infância são;o desmame precoce,a higiene precária na preparação dos alimentos ,o déficit específico da dieta em vitaminas e minerais a incidência repetida de infecções, em particular que atacam o sistema gastrointestinal.Com relação as dimensões da pobreza pode-se dizer que quando baseia-se apenas no custo da alimentação,fala-se de pobreza extrema,indigência ou mesmo em insegurança alimentar.Para aferir a dimensão da pobreza ,da fome e da desnutrição deve-se levar em conta fatores que limitam tal ação como dificuldades técnicas, principalmente quando se refere a deficiência energético protéica .Levando em consideração essas dificuldades técnicas para medir a ingestão habitual do indivíduo, avalia-se a relação peso e altura , classificando a insuficiência nessa relação(magreza) como deficiência .Entretanto deve se fazer de forma contínua observando componente sazonal com devido monitoramento contínuo ,para poder taxar uma população como desnutrida ou não.Quanto as deficiências nutricionais os exames laboratoriais e clínicos podem diagnostica-la ,sendo as crianças escolhidas como indicador de sua presença na população,observando retardo crescimento como principal manifestação..Segunda as estimativas feitas pelo projeto fome Zero quanto à freqüência e distribuição da pobreza no Brasil,pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza correspondiam,em 1999, a mais de um quarto da população brasileira(27,4%), e de acordo com a distribuição regional da pobreza o nordeste está em primeiro lugar ,e o norte em segundo,tornando-se mais acentuado na zona rural de cada região.Com relação a desnutrição infantil,estima-se que em 1996 isso correspondia a 10,45% da população infantil brasileira.e isso se mostra mais freqüentes no norte nordeste do que nas outras regiões, de um modo geral nas populações rurais do pais. No cenário mundial o Brasil colocar-se-ia próximo ao Uruguai.De acordo com as pesquisas realizadas pelo ENDEF, PNSN,PNDS entre 1974 a 1996 com relação a tendência secular, as taxas maiores de declínio , foram observadas no Centro-sul do páis e as menores no Nordeste ,entretanto observou-se a maior velocidade de declínio nesta mesma região devido as altas taxas já existentes, e por muito tempo.Isso, provavelmente se deu pelo aumento da renda das famílias e o declínio substancial da pobreza observados entre 1970 e 1980.E quando se trata da dimensão da fome conforme a Pesquisa sobre Padrões de Vida-PPV,realizada pelo IBGE entre 1996 e 1997, indivíduos magros correspondiam a 4,9%,o que coloca o Brasil ,ainda que próximo do limite superior, dentro do intervalo admitido. E de acordo com a estratificação o Nordeste é maior área atingida pelo problema, e no cenário mundial ,o Brasil faria par com a Colômbia..De acordo com a tendência secular de declínio as estimativas é de 2000 a região sudeste estaria livre do problema,e em 2006 as áreas urbanas do Nordeste.levando em considerações que projeções como essas estão sujeitas a variações.Projeções das tendências mais recentes quanto à desnutrição infantil indicam que o problema poderá ser controlado no Centro-Sul urbano em alguns poucos anos,: por mais dez anos no Nordeste urbano, 28 anos no Norte urbano, 32 anos no Centro-Sul rural e por mais 62 anos no Nordeste rural. Ações que resultem em maior crescimento econômico com melhor distribuição de renda e que levem à reativação da economia, à criação de empregos e ao aprofundamento da reforma agrária são vistas como soluções consensuais para o aumento da renda dos mais pobres no Brasil.
A intensificação de investimentos em educação, saneamento do meio e cuidados básicos de saúde, incluindo o monitoramento do estado nutricional infantil e a detecção e correção precoces da desnutrição, será essencial para se alcançar a definitiva erradicação do problema (Gillesppie et al., 1996; Smith e Haddad, 2000 e Monteiro ).

Leonardo Davi e Meure Rosa (Autores do resumo)

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